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Blog do Dan Josua

7 exercícios da terapia positiva para uma vida mais feliz

Dan Josua

29/03/2018 04h10

Crédito: iStock

 

De repente, há quase três décadas, a psicologia se deu conta de seu próprio negativismo. Até então, os psicólogos se esforçavam para diminuir o sofrimento, como se tivessem entrado no acordo de que a busca da felicidade era um ideal infantil. Ele precisaria ser abandonado por um objetivo mais adulto e pragmático: o de sofrer menos. Ou seja, as pessoas deveriam abandonar o sofrimento neurótico por um sofrimento normal ou algo do gênero.

Mas, nos anos 1990, um grupo de psicólogos encabeçado pelo americano Martin Selligman afirmou que a psicologia não deveria ser apenas uma ciência do sofrimento. E que, sim, podíamos fazer mais do que aliviar as dores. O desafio era olhar para o lado positivo e, assim,  esses estudiosos começaram a investigar as raízes da nossa felicidade.

Uma série de pesquisas e atividades depois, uma terapia positiva foi proposta. Ela não era focada apenas em diminuir a dor, mas em procurar ativamente aumentar a felicidade.

Sim, sim, é verdade que felicidade não é um estado perene. Ninguém consegue permanecer feliz para sempre. No entanto, temos a possibilidade de construir vidas melhores (ou piores).

Abaixo, sete pequenos exercícios desenvolvidos pelo pessoal da Terapia Positiva:

1. Uma boa introdução

Escreva, em cerca de uma página apenas, uma história concreta (e real) que revele você na sua melhor versão. Um episódio de sua vida capaz de mostrar  como você usou suas forças e habilidades da melhor maneira possível.

2. Comece um diário de bênçãos

A cada noite, antes de dormir, escreva três coisas boas, pequenas ou grandes, que aconteceram no seu dia.

3. Uma carta de perdão 

Perdoar é a maneira de transformar raiva e amargura em sentimentos mais neutros. Escreva uma carta para alguém que lhe magoou ou lhe fez sofrer. Se for possível, comprometa-se a tentar verdadeiramente perdoar. Guarde a carta para você. E lembre-se, largar a amargura e perdoar foi um presente que você se deu , mais até do que ao seu opressor.

4. Uma carta de gratidão

Escreva uma carta agradecendo alguém a quem você nunca chegou a dizer um merecido obrigado de maneira apropriada. Escreva de forma descritiva, isto é, explicando claramente por que determinada atitude dessa pessoa foi importante. Entregue a carta em mãos e a convide a ler o texto com você presente. Então, converse sobre a sua experiência e ouça qual foi a experiência dela também.

5. Bom é bom o bastante

As pessoas que estão sempre atrás da pessoa perfeita, do prato perfeito no restaurante perfeito ou do objeto de consumo perfeito, em geral, estão menos satisfeitos com as suas escolhas. Procure se policiar para procurar o que é bom e não tanto o que seria perfeito . Até porque essa história de perfeição não existe. E aproveitar algo bom é consideravelmente melhor do que passar a vida inteira rodando pra achar algo que…não existe!

6. Três portas fechadas. Qual se abriu?

Pense em três ocasiões na sua vida em que portas se fecharam. Um emprego que não rolou, uma namorada (o) que não gamou, uma oportunidade perdida. Alguma outra porta se abriu? Nesse exercício, é importante pensar em eventos afastados no tempo, tanto um do outro quanto do seu momento atual.

7. Aproveite o seu tempo

Escolha uma tarefa em que você seja bom e que ao mesmo tempo seja desafiadora. E se dê o tempo para realizá-la. Aqui, o importante é reconhecer que, às vezes, felicidade não tem a ver com prazer imediato. Aquela pessoa que subiu no Everest, desceu e escreveu um livro sobre felicidade não escreveu um livro sobre prazer e diversão. Subir a montanha é ver o seu dedo correr o risco de congelar. A felicidade, nesse caso, é consequência de conquistar algo. Que dá trabalho, mas que você vê como valoroso.

Esses exercícios são a receita para a felicidade? É claro que não. Eles são pequenas práticas para aproximar a sua vida das coisas que são realmente significativas para você. Ter uma vida cheia desses momentos é se ver, no final das contas, mais feliz que antes.

 

Sobre o autor

Dan Josua é psicólogo, mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Fez especialização em Terapia Comportamental e Cognitiva pela USP (Universidade de São Paulo) e tem formação em Terapia Comportamental Dialética pelo Behavioral Tech / The Linehan Institute, nos Estados Unidos. Atua como pesquisador e professor no Paradigma - Centro de Ciências e Tecnologia do Comportamento e dá cursos pelo Brasil afora ajudando a difundir a DBT pelo país.

Sobre o blog

É muita loucura por aí. Trânsito, mudanças climáticas, tensões em relacionamentos, violência urbana, maratona de séries intermináveis, spoilers em todos os cantos, obrigação de parecer feliz nas mídias sociais, emoções à flor da pele. O blog foi criado para ser um refúgio de tudo isso. Um momento de calma para você ver como a ciência do comportamento humano pode lhe ajudar a navegar no meio de tanta bagunça.

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