Você controla sua vida, só precisa de uma ajuda para o primeiro passo
Não existe, na prática, diferença clara entre sintomas e doença mental. Mesmo assim, enquanto seres humanos afligidos por esse sofrimento, tentamos nos amparar nessa ideia. Porque ela permite um modelo lógico com o qual podemos nos identificar. Ele ajuda a tirar a nossa responsabilidade pela melhora –que tantas vezes parece tão distante e impossível. Esse modelo coloca a causa dentro de nós e deixa que possamos apenas esperar que algum remédio (ou mágica) a expurgue.
A realidade, entretanto, é mais complexa do que isso. Não existe nada para a gente se livrar. Claro, medicações ajudam no processo. Mas, em alguma medida, a mudança está em nossas mãos. A melhora, no final das contas, depende de termos as ferramentas para atuarmos de um modo diferente.
Para isso é preciso abandonar algumas muletas importantes. É necessário que você acredite que consegue controlar suas ações apesar da tristeza (ou a nossa ansiedade ou o que for).
Podemos resolver dar um abraço em um amigo, por mais que isso pareça uma possibilidade distante. Podemos aprender a voltar a correr, por mais que seja difícil sentir prazer nas primeiras passadas. Podemos discursar em público, mesmo quando o nosso peito exige que nos escondamos.
Há uma versão de nós mesmos, um "eu" dentro da nossa cabeça, que pode se responsabilizar por esses atos.
É preciso aprender como fazer para se levantar quando o peso do mundo parece estar nas nossas costas. Para isso, alguns remédios psiquiátricos podem ser até muito úteis – os famosos inibidores de recaptação seletiva de seretonina, ou antidepressivos, por exemplo. Terapia também é uma ferramenta importante para isso. Mas, seja como for, mesmo que exista uma responsabilidade gigante nisso, também há uma magnífica liberdade: eu posso escolher como viver o dia de amanhã.
Basta –e acho que esse frequentemente é o papel (gigante) do bom terapeuta — aprender como.
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