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Setembro amarelo: lembre-se que a vida muda

Dan Josua

06/09/2018 04h00

Crédito: iStock

O 10 de setembro é o dia internacional da prevenção ao suicídio. Eu já escrevi, anteriormente, sobre como ajudar alguém que está pensando em se matar. Nesse texto, deixei claro que suicídio não é coisa de gente desocupada ou de cabeça frágil. Matar-se ou mesmo pensar em se matar é coisa de quem está se achando sem saída –seja alguém rico ou pobre, bonito ou feio, ocupado ou desocupado, de qualquer gênero, orientação sexual ou idade.
O suicídio é o último grito de quem perdeu a esperança.
Se você está perdendo a esperança, acredite: a natureza do mundo é mudança. As coisas nunca mais serão exatamente como elas são hoje. Não há repetição. A casa está pegando fogo, mas pode ser que amanhã um bombeiro apareça. A vida parece insuportável agora, mas pode ser que você encontre alguém capaz de lhe ouvir e que quer lhe entender. Talvez você não esteja tão isolado quanto imagina.
Quem sabe as suas dívidas, as suas dores ou os seus medos tenham uma nova coloração no mês que vem.
O suicídio é uma solução permanente para problemas passageiros.
Procure ajuda. Ligue para o 188, número do Centro de Valorização da Vida,  que dispõe de voluntários treinados para lidar com suas questões. Procure também um psicólogo ou um médico que saiba lidar com esse desespero.
Se houver uma pessoa por perto, pegue a esperança dela emprestada. No meio do furacão, quando tudo sai do controle, acabamos acreditando que vai ser sempre assim. Que o tempo parou e que o mundo não está mais rodando, de maneira que a nossa vida não pode mais se transformar. Nada disso é verdade. 
Nessas horas, precisamos de alguém que nos veja de fora, que nos lembre quem podemos ser. Alguém que nos dê a mão para nos ajudar a sair do inferno.
Repito: nada é para sempre. Amanhã o dia pode amanhecer ensolarado. E, se não amanhecer assim, quem sabe você vai encontrar alguém com um guarda-chuva para lhe oferecer. Ou, ainda, descobrir que a chuva é mais tolerável do que você imagina. Ora, eu não sei o que vai acontecer. Nem você, nem ninguém.
Mas, se pedirmos ajuda e suportarmos o agora, é possível construir uma vida capaz de nos lembrar que vale a pena esperar para ser surpreendido.

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Sobre o autor

Dan Josua é psicólogo, mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Fez especialização em Terapia Comportamental e Cognitiva pela USP (Universidade de São Paulo) e tem formação em Terapia Comportamental Dialética pelo Behavioral Tech / The Linehan Institute, nos Estados Unidos. Atua como pesquisador e professor no Paradigma - Centro de Ciências e Tecnologia do Comportamento e dá cursos pelo Brasil afora ajudando a difundir a DBT pelo país.

Sobre o blog

É muita loucura por aí. Trânsito, mudanças climáticas, tensões em relacionamentos, violência urbana, maratona de séries intermináveis, spoilers em todos os cantos, obrigação de parecer feliz nas mídias sociais, emoções à flor da pele. O blog foi criado para ser um refúgio de tudo isso. Um momento de calma para você ver como a ciência do comportamento humano pode lhe ajudar a navegar no meio de tanta bagunça.

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