O poder do perdão e a capacidade de deixar o passado para trás
O perdão aparece como característica fundamental em todas as grandes religiões do mundo. Os cristãos, por exemplo, são convidados a seguir os exemplos de Jesus, cujo último gesto, segundo o apóstolo Luca, foi pedir perdão pelos homens: "Perdoai-vos, eles não sabem o que fazem". Ensinamentos semelhantes podem ser encontrados no Islamismo e em muitas das religiões orientais. Para o budismo, para colocar mais uma ilustração, o perdão é parte essencial do caminho para a iluminação, pois ele nos protege do rancor e da raiva.
Aos poucos, a ciência moderna começa a investigar o fenômeno, chegando a conclusões muito semelhantes daquelas que essas religiões milenares sugerem. Alguns estudos mostraram que a capacidade e a disposição para perdoar não apenas melhoram a nossa vida emocional, como também parecem ter um impacto positivo na nossa saúde física.
Alguns fatores parecem mediar aos efeitos da capacidade de saber perdoar. Elementos com uma tendência em atenuar culpabilização crônica, uma diminuição dos estados de hiperexcitação fisiológica e, para completar, aumento da probabilidade de nos mantermos um ambiente social que dê suporte.
Eu não sou uma pessoa religiosa, mas os efeitos positivos de treinar o perdão me parecem evidentes. Perdoar é, de certa maneira, um antídoto para a raiva. Um remédio para a emoção que faz com que as coisas ruins do mundo sobressaltem aos nossos olhos. Que pinta o mundo de vermelho e violência.
Perdoar não é, veja bem, deixar impune, ou ser condescendente com a maldade alheia. Pelo contrário, é se recusar a deixar que a crueldade de outra pessoa contamine a nossa vida.
Perdoar, em última instância, é a capacidade de deixar o passado para trás. De transformá-lo em memória.
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