Quer deixar o sedentarismo? Pense menos e deixe seus pés te levarem
Ficamos parados esperando que a nossa cabeça mude. "Quando eu tiver ânimo, começo a academia", repetimos em silêncio enquanto apertamos mais uma vez a função soneca do despertador. A cada dia ficamos um pouco mais cansados. E temos um pouco menos de energia para ir na tal da academia.
O ânimo nunca chega, por mais que a gente saiba dos milhares de benefícios do exercício físico. Mesmo nos lembrando da disposição que sentíamos quando tínhamos o hábito de correr duas vezes na semana, é difícil superar a preguiça matutina da vida sedentária.
Sabemos de tudo isso e tentamos nos convencer racionalmente, mas frequentemente caímos na mesma armadilha do "quando eu tiver ânimo".
O ânimo nunca chega porque estamos invertendo a lógica do nosso corpo. Disposição é a consequência de mantermos nosso corpo ativo e não a causa. Ou, melhor dizendo, o começo desse ciclo virtuoso está em nossos pés e não em nossa cabeça. Assim, muito mais eficiente do que esperar que a cabeça convença o corpo a correr é deixar que o corpo em movimento mude o nosso pensar.
Às vezes, podemos ficar animados antes da corrida, é verdade. Essa não é, no entanto a regra. Como podemos ficar inebriados mesmo sem encostar em álcool, mas parece mais certeiro pedir uma bebida, se esse for o objetivo –ficar inebriado.
E o mesmo, acredito, vale para muitas outras coisas.
Quer voltar a sentir tesão pelo seu parceiro ou parceira? Volte a olhar para ele ou ela (e a encostar e a beijar).
Quer voltar a respeitar seus pais? Passe a escutá-los com empatia.
Quer voltar a sentir conexão com música? Ligue o rádio.
Quer melhorar a sua conexão com o mundo? Vá para a natureza e fique em silêncio, sem tirar fotos da vista.
E assim por diante…
Com frequência, muito mais útil do que pensar apenas no que deveríamos estar sentindo, é mexer naquilo que temos controle. Partir para as ações que podem nos dar a chance de produzir essas sensações todas das quais sentimos falta. No caso da falta de ânimo para ir à academia, vale a pena focar nos pés — e observar para onde eles nos levam.
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